quinta-feira, 5 de julho de 2012

AÇORES SEM CORES

O dia, hoje, acordou, total e definitivamente, cinzento!

Amanheceu na hora certa. E lá no alto dos céus, acima das nuvens, o sol brilhava e encantava.


Mas, assim que o avião iniciou a descida, começou a penetrar, de forma suave, num capacete feito de nuvens cinzentas que resolveram não abandonar esta parte sul da Ilha. Do outro lado, a norte, chovia, para o nordeste, ameaçava, e só na zona dos Mosteiros e das Sete Cidades é que o sol, dizem, ia brincando às escondidas com o colorido das lagoas e com o azul do mar bravio, que se ia desfazendo em espumas brancas nas suas investidas contra os pilares de rochas.

De nada valeu a prece ao Arcanjo protector da Ilha... nem ao Espírito Santo, muito provavelmente distraído na preparação das suas festas.


A verdade é que o dia não quis saber do sol, nem  de mais nada, e embicou naquela bruma cinza, negando a cor ao dia, e o calor que lhe devia!

(DO AUTOR - SANTA BÁRBARA, ESCONDIDA)

E só mesmo no fim da tarde, quando o dia já quase se despedia, é que o Sol conseguiu, quase num último esforço, romper o manto cinzento, que tudo envolvia, e permitir a visão, a cores, de um pachorrento mar azul e a acabar com aquela cor cinza da monotonia.

(DO AUTOR - AO LARGO DE PONTA DELGADA)



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4 comentários:

Anónimo disse...

Sabe-me a PAZ dos Açores, mesmo com essa cor da monotonia!
Bj
LM

Manuel Poppe disse...

Olá, amigo!|Que sorte! Pode ser que aconteça ir a São Miguel! Já conheço esse mundo. Conhece o Corvo? O Raul Brandão escreveu páginas únicas sobre essa ilha. E agora o verão. Admiro o seu modo de escrever. Um abraço.

Anónimo disse...

O pormenor da gaivota, ou será um cagarro?
Bjs
Berta

Anónimo disse...

Lindo! Beijinhos, lola