Acordou, manhã cedo, com um trinado mesmo perto da janela que deixara entreaberta.
Ainda meio estremunhado levantou-se e, com as devidas cautelas, foi-se aproximando daquela fresta que deixava entrar a luz, acordando a manhã, escutando o som melodioso do pássaro, que o despertara para o dia.
(DO AUTOR - NA SERRA ALENTEJANA) |
Espreitou e lá estava ele, na ponta do ramo, num equilíbrio estável e seguro, a gorjear ao dia, a saudar o sol, a marcar posição na sua área de influência, a lembrar aos outros pássaros que as moscas, as libelinhas, as larvas e os frutos das árvores ali à volta lhe pertenciam e, por isso, teria a primazia na hora de satisfazer o papo. Cantava, assobiava, parava o cântico, mudava, num pulo quase sem bater as asas, para outro galho, e assim se entretiveram os dois... o pássaro nas suas cantoria e ginástica matinais, e ele no encanto da escuta e da visão!
Apetecia-lhe ficar assim, sossegado, a observar a natureza nos seus acordares... mas tinha que ir trabalhar e não podia estar ali, naquele remanso... o pássaro deve ter entendido as suas lucubruções e, também porque teria ainda muito mais que fazer, depois de mais um gorjeio, de mais um pulo, deu um bater de asas e partiu...
2 comentários:
Que lindo! Vou roubar esta imagem!
Como vai a Quinta dos Livros (já baralhei o nome....)
Abraço e boas férias!
"Ouvir os passarinhos, que bom!"
M. J. Falcão
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