(DO AUTOR - PONTA DELGADA - SÃO MIGUEL) |
"O que amamos está sempre longe de nós:
e longe mesmo do que amamos - que não sabe
de onde vem, aonde vai nosso impulso de amor.
O que amamos está como a flor na semente,
entendido com medo e inquietude, talvez
só para em nossa morte estar durando sempre.
Como as ervas do chão, como as ondas do mar,
os acasos se vão cumprindo e vão cessando.
Mas, sem acaso, o amor límpido e exacto jaz.
Não necessita de nada o que em si tudo ordena:
que tristeza unicamente pode ser
o equívoco do tempo, os jogos da cegueira
com setas negras na escuridão."
Cecília Meireles - O que amamos está sempre longe de nós, in "Solombra"
4 comentários:
Como me identifico com estes versos da Cecília!
Bjs
LM
Agora que descobri este Blog gosto de ler, pela manhã, as coisas que deixa escritas.
Gosto imenso!
JAS
A Cecília Meireles, apesar de ter-se tornado "brasileira" nunca negou a sua origem e a ligação ao seu arquipélago.
Lindo este poema! Triste também!
bj
Berta
Raul, que maravilhosa foto sua, da Ponta Delgada, São Miguel- que você colocou no blog, ontem!
E a poesia da Cecília Meireles, belíssima, fez o complemento! One each other...
Parabéns por seu trabalho, que me encanta!
Beijos,
Vera
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