A sua ambição era voar, planar no alto, olhar os outros por cima, dominá-los, descobrir-lhe as carecas, ver sem ser visto, espiar...
E, para voar como um pássaro, tinha de arranjar um par de asas. Imaginou como deveriam ser feitas, fez uma série de esboços, fabricou modelos à escala, escolheu aquele que parecia ser o mais eficiente e tratou de o fabricar. Arranjou uma armação leve, em madeira de balsa, muitas penas de pato e cera, para fixar as penas àquele esqueleto de madeira. De uma pele curtida de carneira fez as tiras de couro necessárias para fixar aquela estrutura ao tronco e aos braços que iriam imprimir o bater das asas...
A ambição de Ícaro, ao querer voar lá no alto, tão próximo do Sol, fez com que este, com o seu calor, derretesse a cera que fixava as penas à estrutura de madeira... E caro (Ícaro) pagou por isso!
Foi de Ícaro de quem se lembrou quando entrou no avião de regresso a casa. Também iria voar alto, olhar o mundo de cima, mas com a única certeza de que, àquela hora do fim do dia, com o Sol a desaparecer no horizonte, o calor da bola de fogo que iluminara o dia, nunca iria derreter aquelas asas bem fixas e aparafusadas ao corpo da nave que o transportava... E, talvez por isso, chegou são e salvo!
(DO AUTOR - ÍCARO EM BRONZE - BIBLIOTECA MUNICIPAL ERNESTO DO CANTO - PONTA DELGADA - SÃO MIGUEL - AÇORES) |
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2 comentários:
Tal como as asas da borboleta que queria tocar o sol e entrava na história que lia às minhas filhas quando eram pequenas :)
Maria Alice Catarino
Ícaro, pagando com a vida a sua desmedida ambição de subir mais alto do que os seus semelhantes...
Maria Luísa Silva
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