O Catraio era um barco de fundo chato, bojudo o suficiente, capaz de transportar pessoas e carga entre as margens do rio e do Mar da Palha... Tal como as Fragatas do Tejo, era o meio ideal para fazer chegar o sal, extraído das salinas, aos bacalhoeiros que partiam para a pesca nos mares do norte e usado para conservar o bacalhau...
O sal viria, provavelmente, das salinas de Alcochete ou do Samouco... os homens seriam varinos ou avieiros que, à falta de peixe para pescar no grande rio ou naquele imenso Mar da Palha, por não ser a época do sável, iam tentando o sustento na faina do sal...
E, ao ficar cheio daquele sal precioso, lá partia o Catraio para a outra margem do rio, que também é mar, de velas enfunadas, insinuando-se, sob as ordens do Mestre, pelas calas desenhadas por força das marés e das correntes, naquela zona de baixios...
Recortes da vida ribeirinha quando o sal ainda pagava salários...
(DO AUTOR - RETRATOS RIBEIRINHOS EM FRESCO ANÓNIMO) |
1 comentário:
Interessante.Desconhecia.
Ivone Oliveira
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