quarta-feira, 28 de novembro de 2012

TEMPO



Para quê marcar um tempo,
Se o tempo nem tempo tem;
Cada momento que passa,
Passa sempre num vaivém.

Às vezes demora tanto,
O tempo de esperar;
Outras corre tão depressa,
Que nem se dá por chegar.

Viver o tempo com tempo,
No tempo que nos é dado,
É viver todo um momento:
Só presente, sem passado!

E, se o tempo demorasse
O tempo que se quisesse,
O tempo não tinha tempo
Para o que desse e viesse.

O tempo são anos, são dias,
segundos, minutos ou horas;
Um tempo feito de pressas,
Ou de eternas demoras.

O tempo é tão relativo,
Como lua faseada:
Umas vezes, dura muito
E outras, não dura nada.

Só falta ao tempo ter tempo
Para que possa durar:
Ter um tempo para viver
E um tempo para amar!





(DO AUTOR - RELÓGIO DE SOL - A MARCAR O TEMPO EM MONSANTO - A ALDEIA MAIS PORTUGUESA DE PORTUGAL)



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1 comentário:

MJ FALCÃO disse...

Poesia verdadeira e aparentemente singela...
O tempo tem muito que se lhe diga!
"Para quê marcar um tempo,
Se o tempo nem tempo tem..."
Mas levamos a vida a contar com o tempo...
Grande abraço e é lindo o relógio de sol!