terça-feira, 20 de novembro de 2012

NO CICLO ETERNO


"No ciclo eterno das mudáveis coisas
Novo inverno após novo outono volve
À diferente terra
Com a mesma maneira.
Porém a mim nem me acha diferente
Nem diferente deixa-me, fechado
Na clausura maligna
Da índole indecisa.
Presa da pálida fatalidade
De não mudar-me, me infiel renovo
Aos propósitos mudos
Morituros e infindos."

Ricardo Reis - No Ciclo Eterno

(DO AUTOR - NO CICLO ETERNO DO AMARELECER DE OUTONO)














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