Por vezes, deparamos com achados destes, inesperados, cheios de poesia, escritos nas paredes brancas de um lugar quase esquecido...
(DO AUTOR - ESCRITO NUMA PAREDE DO RESTAURANTE SEM FIM EM TELHEIRO) |
"Trago-te na minha vida como quem
escuta os passos musicais do tempo,
como as manhãs tocam a paisagem...
e amplamente te recebo dos horizontes da dor
que é a nossa distância de seres quase tudo.
Trago-te na minha vida como é possível
a noite trazer o luar.
Que movimento guia a tua essência inacabada?
Onde te cumpres perguntando a vida?
E que Pudor, estares em ti antes de seres?
Tu, a Expectante, mortalmente sossegada...
Trago-te na minha vida de mãos postas
coroada de solidão e suspensa
como uma rosa fechada."
Trago-te na minha vida
Vítor Matos de Sá (1927 - 1975), in O Horizonte dos Dias - (1952)
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