(do autor - junto ao Tejo, às Tágides e à Torre de Belém) |
"E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mim um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mim vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloquo e corrente,
Porque de vossas águas, Febo ordene
Que não tenham inveja às de Hipocrene.
Dai-me uma fúria grande e sonorosa,
E não de agreste avena ou frauta ruda,
Mas de tuba canora e belicosa,
Que o peito acende e a cor ao gesto muda;
Dai-me igual canto aos feitos da famosa
Gente vossa, que a Marte tanto ajuda;
Que se espalhe e se cante no universo
Se tão sublime preço cabe em verso."
Luís Vaz de Camões - Os Lusíadas na invocação às Tagides, Canto I , estrofes 4 e 5.
2 comentários:
Boa escolha, Raul: poema e música! Viva a esperança e a alegria, não é? A alegria pode sempre voltar...
Grande abraço
Os Lusíadas, sempre actuais. Lembram-me a minha juventude.
Beijos
Berta
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