O dia acordou cedo, como é costume nesta altura do ano. E mais agora, passado o equinócio e com o aproximar do solstício de Junho, os dias vão sendo mais longos e os acordares, necessariamente, mais prematuros.
Ainda por cima, o dia, ao contrário dos anteriores, banhou-se de sol, ganhou outra luminosidade e encheu-se de cor.
E foi ao percorrer a pé os caminhos da serra, num pedaço de campo cheio de verdes frescos e brilhantes, ainda humedecidos da chuva dos dias anteriores, num recanto de uma encosta acabada de florir, a pintalgar-se de margaridas amarelas e de papoilas rubras, que se encontrou no meio da paz e do silêncio que andava à procura. Um silêncio feito de ausências de toques, de campainhas, de telefones, de businadelas, de ruídos do trânsito, de pessoas... sim, principalmente de pessoas!
(do autor - Alentejo - Serra de São Mamede) |
Ali, na quietude do lugar, no êxtase da cor, na envolvência da brisa da manhã, deixou os sonhos à solta, na paz e no silêncio que só aquela serra lhe sabe dar...
Só que aqui, neste recanto, o silêncio era...
"... maior. Era como uma flor que tivesse desabrochado inteiramente e alisasse todas as suas pétalas".
Sophia de Mello Breyner Andresen - O silêncio (contos).
Só que aqui, neste recanto, o silêncio era...
"... maior. Era como uma flor que tivesse desabrochado inteiramente e alisasse todas as suas pétalas".
Sophia de Mello Breyner Andresen - O silêncio (contos).
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1 comentário:
o silêncio do Alentejo
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