Brotou do chão numa folha, cresceu lenta com o vagar do tempo, com o correr das estações... as chuvas, os ventos foram-lhe moldando e esculpindo o tronco, foi engelhando a pele ao sofrer do frio das noites de inverno e dos calores do verão... deixou que os anos lhe fossem desenhando curvas, veios e estrias...
Engrossou o tronco, estendeu os ramos, cobriu-se de folhas, floresceu na primavera e deu os frutos ao findar o verão... foi vindimada e deixou que as parras, depois de avermelharem, caíssem com as brisas e as primeiras chuvas do outono...
Agora, de textura ressequida, de aspecto envelhecido, carregada das cicatrizes do tempo, vai adormecer num sono prolongado para, mais tarde, despertar de novo...
(DO AUTOR - TEXTURA LENHOSA DE UMA VIDEIRA VELHA) |
2 comentários:
Viveu! E só por isso, valeu a pena.
Ana Lacerda
Adoro texturas de troncos de árvores...
Ana Hertz
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