"Caem as folhas mortas sobre o lago;
Na penumbra outonal, não sei quem tece
As rendas do silêncio... Olha, anoitece!
- Brumas longínquas do País do Vago...
Veludos a ondear... Mistério mago...
Encantamento... A hora que não esquece,
A luz que a pouco e pouco desfalece,
Que lança em mim a bênção dum afago...
Outono dos crepúsculos doirados,
De púrpuras, damascos e brocados!
- Vestes a terra inteira de esplendor!
Outono das tardinhas silenciosas,
Das magníficas noites voluptuosas
Em que soluço a delirar de amor..."
(Florbela Espanca, «Charneca em Flor», in «Poesia Completa»)
(DO AUTOR - AS FOLHAS DE OUTONO) |
2 comentários:
A Florbela da depressão. Angustia.
Ana Lacerda
O Outono não tem par, acho eu...Poema muito bonito e imagem a condizer!
Abraço
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