Do alto do miradouro vejo telhados, igrejas, ruínas; vejo, também, o topo de um elevador, uma palmeira distante e prédios cheios de cor...
Do alto do miradouro ouço, por ali bem perto, as pessoas a falar e o riso de crianças a brincar; ouço o barulho dos carros e o grito, angustiado, de uma ambulância a apitar...
Do alto do miradouro sinto o cheiro de alecrim, mais o da roupa lavada, que ali está dependurada; e chega-me o cheiro da cidade e o aroma do mar...
Do alto do miradouro quase toco as nuvens brancas e piso as pedras da calçada; envolvo-me na paz da manhã, que ainda guarda consigo o frio da madrugada...
Do alto do miradouro saboreio a torrada quente e bebo o café matinal; mas deve saber bem melhor o longo beijo de amor dado por aquele casal...
(DO AUTOR - MANHÃS DE LISBOA COM A ROUPA A SECAR AO SOL) |
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