(DO AUTOR - BUSTO DE ANTERO DE QUENTAL - LARGO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA - PONTA DELGADA - SÃO MIGUEL - AÇORES) |
"FUI ROCHA EM TEMPO, E FUI NO MUNDO ANTIGO
TRONCO OU RAMO NA INCÓGNITA FLORESTA...
ONDA, ESPUMEI, QUEBRANDO-ME NA ARESTA
DO GRANITO, ANTIQUÍSSIMO INIMIGO...
RUGI, FERA TALVEZ, BUSCANDO ABRIGO
NA CAVERNA QUE ENSOMBRA URZE E GIESTA;
OU, MONSTRO PRIMITIVO, ERGUI A TESTA
NO LIMOSO PAUL, GLAUCO PASCIGO...
HOJE SOU HOMEM, E NA SOMBRA ENORME
VEJO, A MEUS PÉS, A ESCADA MULTIFORME,
QUE DESCE, EM ESPIRAIS, DA IMENSIDADE...
INTERROGO O INFINITO E ÀS VEZES CHORO...
MAS ESTENDENDO AS MÃOS NO VÁCUO, ADORO
E ASPIRO UNICAMENTE À LIBERDADE."
Antero de Quental, in Sonetos - Evolução.
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2 comentários:
Belísssimo! Obrigada pelo envio.
Beijinhos, lola
Suicidou-se, desiludido, o pobre Antero. Foi um grande poeta, indecentemente esquecido por este Portugal.
Beijos
Luísa
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