O mar de água lá em baixo, o mar do Alqueva, imenso, tranquilamente prisioneiro das margens compridas e recortadas que o contêm, vigiado e guardado por castelos, torres e praças fortes, que se dispõem pelos montes sobranceiros.
Lá, bem no alto, naquele Monsaraz das muralhas, das ruas de pedra, do castelo e da arena, um cardume de peixes voava, armado em catavento plural, com cada peixe fixado ao seu bastão de ferro, voando parados, todos, e apenas girando ao sabor dos ventos que se enrolam e agitam o ar ao passar pelas ameias das muralhas e do castelo.
Ao longe, nas alturas, as cegonhas vão passando tranquilas, olhando os peixes voadores, prisioneiros do seu destino, amarrados àquelas hastes de ferro que os impedem de voar, ansiosos, quem sabe?, por mergulharem nas águas azuis daquele lago que não se esgota com o olhar e que, irresistivelmente, os atrai...
(DO AUTOR - DE MONSARAZ VOANDO SOBRE O ALQUEVA) |
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1 comentário:
Coitados, parecem prisioneiros! São como os espantalhos de que tenho sempre muita pena.
Bjs
Luísa
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