Atravessou-se pela frente e, mudando por completo o seu rumo, circundou o barco três vezes, três vezes o olhou com a força do seu olhar penetrante e, depois, como se esquecendo do seu destino, foi acompanhando o navegar pachorrento do veleiro talvez pensando que este lhe trazia o peixe que não conseguira apanhar durante toda a sua viagem.
Andou "horas" nisto, a elevar-se no ar, a circundar o barco, a seguir na sua rota até que, ao entrar no porto, foi poisar na amurada do cais, como se ficasse à espera...
O olhar, que agora estava mais perto, era penetrante e perscrutador, certamente na procura do peixe que lhe pudesse matar aquela fome de dias...
(DO AUTOR - EM PORTIMÃO) |
... dos dias de uma travessia que tinha sido longa, sempre a voar, porque o vento forte e o mar bravio daqueles dias não a tinham deixado poisar e, muito menos, mergulhar.
Por isso, exausta, deixou-se ficar ali, quieta, à espera do peixe morto que um pescador ia tirando da rede.
E foi, quase sem forças para lutar, que assumiu aquela atitude de ameaça agressiva, para defender o seu pedaço de comida e garantir a sua sobrevivência.
(DO AUTOR - NO FERRAGUDO) |
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3 comentários:
Que olhar!
Até fere!
Bjs
LM
Aquele olho... perfura!
Bjs
Berta
A vida, a sobrevivência...
Linda imagem!
o falcão
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