Apetecia-lhe descanso, fora o primeiro dia de verão, e a tarde agitada que tivera, associada ao calor que, àquela hora ainda se sentia, amolecia-o e o corpo pedia-lhe um minuto de sossego, um instante de paz, um momento de confidência e, sobretudo, o deitar-se na pedra refrescante do chafariz redondo da praça...
E, de olhos fechados, deixou que a brisa leve o envolvesse de mansinho, e lhe fosse trazendo, em confidência, o aroma daquele fim de tarde alentejano...
(DO AUTOR - PRAÇA DO GIRALDO - ÉVORA) |
Que o ar um momento teve
E que passa sem ter
Quase por tudo ser.
Quem amo não existe.
Vivo indeciso e triste.
Quem quis ser já me esquece
Quem sou não me conhece.
E em meio disto o aroma
Que a brisa traz me assoma
Um momento à consciência
Como uma confidência."
Fernando Pessoa - É uma brisa leve, Poesias inéditas.
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2 comentários:
Tanto da minha vida e da minha história que se passou em Évora!
Saudades, aqui de longe!
Bjs
LM
A Praça do Giraldo e a sua fonte ou chafariz, único!
Linda fotografia, belo texto e poesia sublime, ou não fosse do Pessoa.
Bj
Berta
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