(do autor) |
É a flor do amor e da vida e, ao sê-lo, é, também, a flor do contraste perfeito, porque se a vida se quer longa e o amor eterno ("pelo menos enquanto durar"), a papoila, pelo contrário, é frágil e etérea...
Na verdade dura pouco e é delicada e frágil mas, em contrapartida, é muito antiga, pelo menos é conhecida há 5 mil anos, e está ligada a muitas lendas sobre noites, sobre sonhos e sobre sonos... Daí terem-lhe adicionado o nome de "Somnífera" ao seu apelido de família "Papaver" e o látex leitoso que ela produz, porque nos põe a dormir nos braços de Morpheu, passou a chamar-se Morfina.
E também está ligada a histórias de morte!
Foi a causadora de famosa Guerra do Ópio, que opôs a China e a Inglaterra, pelos meados do Século XIX, e uma das causas da cedência de Hong Kong ao Império da coroa.
Foi considerada também a flor da morte, porque o seu vermelho era igual ao vermelho do sangue dos soldados mortos e depois enterrados em campos onde as papoilas cresciam em abundância.
A referência às papoilas vermelhas que crescem sobre as campas dos soldados caídos, resultou num símbolo ligado a essa lembrança. E, de flor da morte, passou a flor da paz.
John McCrae, um poeta e um físico canadiano, viu morrer, a seu lado, o seu melhor amigo nos campos da Flandres, em Yvres, na Bélgica, em 2 de Maio de 1915, durante a I Guerra Mundial. Ele próprio o enterrou e notou, passado pouco tempo, que as papoilas cresciam rapidamente à volta das campas dos soldados mortos. Foi nessa altura que compôs o poema...
"Nos campos da Flandres - In Flanders fields"
In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.
Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow,
In Flanders fields.
In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses, row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.
We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.
Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch; be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow,
In Flanders fields.
3 comentários:
Dizer coisas tão horríveis de uma flor tão linda e frágil, faz-me pensar nos contrastes da vida. Fico preferindo a papoila, apesar das (ou por causa das?) suas capacidades terríveis!
Beijos
Luísa
Raul, continua, bom amigo. Vou aprendendo e conhecendo coisas muito interessantes. Um abraço do teu irmão..
mas k perdure! Nunca frágil. A papoila.
Isabel Mendes Ferreira
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