Ficaram gravadas na parede branca.
Mãos de crianças, de uma Escola, a perpetuar a visita, a deixar, em cores fortes e persistentes, a impressão de cada um, da Marta, da Fernanda, da Maria, da Herondina, da Odelta ou da Raquel, mas também do João, do Flávio, do Paulo ou do Gonçalo, no muro da escada de um porto de partida...
(do autor - Porto da Horta - Faial) |
Da partida de uma vida de adolescente para uma de adulto, da quietude de um lugar para o bulício do mundo, do aprender de uma escola para o aprender da vida...
Cada um, na impressão da sua mão, deixou, ali gravados, os seus sentires, os seus sonhos, os seus ideais, os seus quereres, como se deixassem o futuro antecipadamente impresso e gravado na brancura daquela parede... Todas parecidas, mas única, cada impressão, cada mão, a individualizar a pessoa no colectivo daquela mancha de cores!
"...
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é os seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!"
António Gedeão, in Movimento Perpétuo.
2 comentários:
E é tão importante valorizar o indivíduo!
bjs
Luísa
Muito bonito... o indivíduo... seus amores e suas dores...
Ana Hertz
Enviar um comentário