Esta primavera, apesar de muito anómala em questões climáticas, tem tido a virtude de encher os campos, os jardins, os canteiros, os vasos e, até, as bermas das estradas de flores.
Apesar da crise, apesar do mau tempo, da chuva que anda por aí, da seca que por aqui passou, do sol meio escondido que nos vai visitando, do frio da noite, do calor envergonhado que nos começa a aquecer, a verdade é que as flores chegaram e conseguem, malgré tout, dar cor e vida a esta primavera meia invulgar.
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(do autor - Cambará - Lanata camara) |
No tropeço de uma encosta junto ao mar encontrei estas florinhas, apresentadas em forma de bouquet, com tons que vão passando do branco ao vermelho.
Andei à procura do nome destas flores pequeninas e acho que encontrei: o nome científico da planta é Lantana camara e o nome comum é Cambará, embora tenha muitos outros nomes, conforme o local.
É um arbusto, florífero e lenhoso, de grande efeito ornamental. As inflorescências são compostas por numerosas flores, formando mini-bouquets de diferentes cores, como amarelo, laranja, rosa, vermelho e branco, podendo encontrar-se, no mesmo raminho, flores com diferentes colorações. Podem-se fazer maciços ou bordaduras com estas plantas que se mantêm, com flor, durante muito tempo.
E não são só bonitas, também são úteis, as folhas, neste caso: são balsâmicas, expectorantes, estimulantes e diuréticas, pelo que são indicadas, no âmbito de uma terapêutica natural, nas infecções e alergias respiratórias, no reumatismo, na febre e nas otites.
E eu que vinha para falar de cravos, da revolução de Abril, da democracia, dos partidos, das liberdades, da corrupção, das folhas dos loureiros, das varas de porcos, dos penedos de granito, das limas do feteira, das prescrições dos isaltinos, de tanta coisa... e, também, da crise a que chegámos pela mão de um aspirante a filósofo, agora parisiense, porque nome de filósofo, isso, ele já tem...
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