Uma empresa de resíduos despediu um empregado, na sequência de um acidente com um camião, por se ter verificado que apresentava uma taxa de alcoolemia de 1,79 g/l. Esse trabalhador, que andava frequentemente alcoolizado, de acordo com a empresa, "incorreu de forma culposa em gravíssima violação das normas de higiene e segurança no trabalho que lhe são inerentes".
Parece não haver dúvidas, para o cidadão comum, da justa causa do despedimento.
Mas não foi essa a opinião do colectivo dos juízes do Tribunal da Relação do Porto que resolveu anular esse despedimento e obrigar a reintegrar o trabalhador com o argumento de que "com o álcool, o trabalhador pode esquecer as agruras da vida e empenhar-se muito mais a lançar frigoríficos sobre camiões, e por isso, na alegria da imensa diversidade da vida, o público servido até pode achar que aquele trabalhador alegre é muito produtivo e um excelente e rápido removedor de electrodomésticos".
O dono da empresa, claro, ficou deveras surpreendido com tal acórdão prometendo fazer tudo para que o trabalhador não seja reintegrado "até por uma questão de bom senso" questionando "como poderia funcionar a empresa se os seus 200 empregados andassem a trabalhar alcoolizados" e acusou os juízes "de falta de bom senso e de ética profissional".
E então não é que a Associação Sindical dos Juízes Portugueses, na pessoa do seu presidente, não lhe deu já uma reprimenda?
Com governantes que estão metidos, até às orelhas, nos casos das "SWAPS", com tanta trapalhada e confusão que anda por esta terra e, agora, com decisões como estas, em que beber álcool é bom porque dá alegria no trabalho... eu vou fazer como no Fado da Mariquinhas e vou é dar de beber à dor... "pois dar de beber à dor é o melhor, já dizia a Mariquinhas".
(DO AUTOR - A DAR DE BEBER À DOR OU BEBER PARA ALEGRAR?) |
3 comentários:
Parece anedota. Será que usam esse mesmo método para se sentirem motivados? Só parece...
Margarida Lança
Também li ontem. Será a futura forma de motivação para o aumento de produção?
Helena Alcântara
Realmente só neste País.
Maria de Lourdes Silva
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