quarta-feira, 22 de junho de 2011

NOSTALGIA

Passou pela Praia das Maçãs a caminho das Azenhas do Mar.

Fora ali que tinha passado muitas das suas férias de verão, no tempo da sua adolescência.

O clima inconstante, o nevoeiro, as noites mais frias, imprimiam, a esta praia, um cariz especial.

Era preciso gostar-se da Praia, dos amigos que se reuniam todos os anos naquela época, do Pinhal, do Banzão, dos passeios a pé até às Azenhas do Mar, das idas à Praia Grande pelo caminho da falésia, passando pela Praia Pequena e perto da casa do pianista Sérgio Varella Cid.

A praia era quase um horror! Pequena como uma concha de vieira, quantas vezes desagradável pelo frio e pela ausência do sol que, muitas vezes, ficava prisioneiro das nuvens que escondiam a Serra de Sintra. Era a única praia daquela zona em que as pessoas tinham que levar um casaco de malha por causa do frio da manhã. Só mais perto do meio dia é que o sol se descobria e aquecia os corpos carentes de calor. O mar era forte, cheio de correntes e, em vez de vir morrer na praia, tranquilamente, debatia-se numa luta constante contra um areal que escondia muitas rochas que davam cabo das canelas debaixo de água.

Naquele tempo, na praia de areia limpa, havia toldos, barracas, tudo muito bem arrumado onde se jogava ao prego, às cartas ou se faziam jogos de roda e, na zona de areal, jogava-se à bola ou ao mata, igual ao que acontecia em todas as praias do país.

Foi um tempo bom!

Mas, falar da Praia das Maçãs, de Sintra e de Colares é lembrar o Eléctrico que fazia o percurso entre a estação de comboios de Sintra e o terminal na Praia das Maçãs. Os trenzinhos vermelhos ou amarelos, abertos, com um estribo de cada lado, permitiam a entrada e saída em andamento, tal a lentidão com que se deslocavam. Era um útil meio de transporte. No verão andavam sempre cheios, principalmente de manhã e ao fim da tarde, com gente que vivia ou tinha casa de férias no percurso de quase 13 Km entre Sintra e a Praia. 

(O ELÉCTRICO DE SINTRA - imagem do Google)

Quantas vezes o não apanhara para ir até Galamares, onde ia comprar e comer as célebres nozes douradas, ou até Colares apenas para passear.

Agora que, de novo, o eléctrico voltou a funcionar, apenas aos fins de semana, vieram-lhe as recordações e as memórias de um tempo que mantém, bem vivo, nos arquivos da sua juventude.


 

1 comentário:

Anónimo disse...

Passar na Praia das Maçãs e almoçar, olhando o mar, nas Azenhas do Mar!! Saudades de tempos de ternura...

Beijos