quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A REFORMA DO ESTADO OU ODATSE OD AMROFER A

(DO AUTOR - A SOCIEDADE CIVIL DE PERNAS PARA O AR)
O primeiro-ministro pediu a uma ex-dirigente do PSD, Sofia Galvão, que organizasse uma conferência sobre A Reforma do Estado para mobilizar a sociedade civil.
 
Sala cheia - não sei se haveria por lá algum militar fardado, porque a Conferência era para a sociedade civil e os militares não são civis -, e a dita senhora, ao dar abertura à mesma, anuncia as seguintes regras: "Não haverá registo de imagens e som, senão na sessão de abertura e de encerramento. A permanência de jornalistas na sala pode manter-se, mas não haverá citações de nada do que aqui seja dito".

Quem ouviu não queria acreditar... talvez alguma distorção na instalação sonora, mas não! foi assim, tal e qual! Ipsis verbis!

Uma nova forma da "lei da rolha", do "come e cala" ou, como dizia a minha avó Isabel... "bico calado"!
Parece que esta gente, a que nos governa e a que anda à manda da governação, deve andar a brincar com a Sociedade Civil, que somos nós todos, os que pagamos impostos e os seus brutais aumentos, os que sofremos na pele o corte dos vencimentos e das reformas, os que alimentamos toda essa tropa fandanga que vive à custa do pobre do estado, que querem tentar emagrecer a olhos vistos, mas desde que mantenham, à volta deles, uma boa camada de gordura que lhes continue a garantir bons ordenados, bons tachos, bons carros, boas reformas e os isole e afaste, cada vez mais, isso sim, desta Sociedade Civil que eles odeiam mas, sem a qual, não conseguem viver (ou sobreviver!).

Organizam uma conferência para discutir a Reforma do Estado para mobilizar a Sociedade Civil e fecham-lhe as portas - só se podia entrar por convite! -. O que por lá se tratou, discutiu, anunciou, propôs ou falou não se sabe... só a nata da tal Sociedade Civil, "la crème de la crème", os eleitos e a elite é que têm conhecimento, porque só eles são os detentores do conhecimento.

E, amanhã, lá virá mais um discurso de estado a dar conta desta conferência aberta à Sociedade Civil, muito participada pelos cidadãos, das discussões, propostas e das conclusões, provavelmente a anunciar mais cortes, mais razias, mais atropelos ao razoável e à dignidade das pessoas que já não sabem como sobreviver!

Pelo caminho que isto está a tomar deve faltar pouco para que seja, um destes dias, esta Sociedade Civil a reformar toda esta gente e este estado de coisas.


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