domingo, 28 de fevereiro de 2010

CASTANHAS ASSADAS

Àquela hora, a animação e o movimento davam conta da pequenina praça onde se situa a Fontana de Trevi. No meio do cantarolar italiano, o inglês americanizado dominava o linguarejar daquela turba de pessoas: as poses para as fotografias a testemunhar o "eu estive aqui", as luzes dos flashes, o atirar da moeda para dentro de água a querer garantir o "eu hei-de voltar, de novo aqui" são a constante daquele lugar que, durante a noite, ganha um carisma especial.
Também a Praça de Espanha e a sua escadaria, cheia de pessoas, cheia de vida e de sons feitos mistura de falas, de pregões, de músicas de rua, tem um sabor mais especial à noite. Um sabor feito, também, com cheiros de algodão doce e, sobretudo, de castanhas assadas. Caras, mas de bom tamanho e inconfundíveis no aroma e no paladar.
O saborear das castanhas, por momentos, transporta-nos o pensar para a terra lusa, um pensar curto e breve que, como o eco, é rapidamente devolvido ao local que nos rodeia. É que é necessário continuar a cumprir com a máxima universalmente estabelecida: "em Roma, sê romano".

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