sábado, 5 de novembro de 2011

NEBLINA

O dia acordou macio, aveludado, discreto, envolto numa imensa rede de gaze ou de tule.

A noite, que se tinha deixado adormecer ao som de grossos pingos de chuva e de um vento por vezes forte, continuou-se na madrugada fria, mas aconchegada numa teia de neblina quieta e silenciosa.

E na manhã que agora se começa a revelar, com o sol a querer rasgar o seu véu de névoa, o  outono parece querer marcar, de forma determinante, a sua presença: as trepadeiras da casa bem vermelhas, a relva húmida e salpicada de amontoados de cogumelos, os castanheiros a atapetar o chão de folhas amarelo-acastanhadas e de ouriços abertos a mostrarem o fruto, pronto a ser retirado daquele invólucro picante, o diospireiro, carregado, a vergar os ramos quase até ao chão, a oferecer, fácil, os seus frutos amarelos e avermelhados...

(Foto do autor)


À medida que o sol vai avivando as cores, à medida que o dia se vai tornando mais luminoso, à medida que o olhar vai descobrindo a serra, agora despida de neblina, o outono das cores, dos cheiros e da magia vai tomando conta do nosso viver e dos nossos sentires!


3 comentários:

  1. Olá Bom dia!
    Venho retribuir a visita.
    Médico em Portalegre? No Hospital?
    Apareça mais vezes.

    Abraço!

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  2. Lindas as cores, os cheiros, as presenças e ausências. É o Outono!
    Beijinhos
    Berta

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  3. Bonita evocação do Outono. Adoro a neblina da minha "velha" Serra! Também é bonita aqui ao pé do mar, é certo...
    A foto é linda. Cogumelo comestível?

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